Troca de Anéis - 11ª Parte
Se você ainda não leu a 1ª parte, 2ª parte, 3ª parte, 4ª parte, 5ª parte, 6ª parte, 7ª parte, 8ª parte, 9ª parte e 10ª parte de Troca de Anéis, pode ser que fique em duvidas no texto seguinte.
Deve-se sempre procurar instalar os anéis com um alicate apropriado ou outra ferramenta semelhante a fim de evitarem-se os problemas antes mencionados.
Instalação de um anel com o alicate apropriado.
Quanto à localização das pontas dos anéis, desde que não existam recomendações especificas do fabricante do motor e não havendo pinos ou outros dispositivos que fixem o anel em uma determinada posição no pistão, a experiência tem demonstrado que as mesmas poderão ficar em qualquer posição ao redor da circunferência do pistão.
Isto se justifica porque os anéis sem pino de fixação e sem mola movimentam-se em torno do pistão alterando a posição das pontas de um anel, tanto em relação ao pistão, como aos outros anéis.
O importante, no caso, é deixar-se as pontas dos anéis em posição diferente entre si de modo que dificilmente as folgas dos anéis venham a alinhar-se o que provocará consumo de óleo e passagem de gases para o cárter.
Uma localização das pontas dos anéis em um pistão de 4 canaletas, que poderá ser adotada, é mostrada na figura abaixo:
Posição de montagem dos anéis em um pistão de 4 canaletas.
Concluída a montagem os anéis e pistão devem se bem lubrificados com óleo limpo (de motor) a fim de garantir lubrificação suficiente ao cilindro nos primeiros instantes de funcionamento do motor e evitar a ocorrência de escoriações ou engripamento.
Verificações antes da montagem
Em seguida dos anéis nos pistões e para que o serviço possa trazer bons resultados, não devem ser esquecidas outras verificações prévias que são: o exame das bronzinas e substituição das que estiverem apresentando desgaste ou folga excessivos, a inspeção do virabrequim quanto a trincas e estados dos colos e as condições de desgaste dos mancais fixos e estado geral do bloco do motor.
Feitas essas verificações, monta-se o virabrequim no motor, atentando para que as folgas radiais e axiais e os apertos dos parafusos dos mancais estejam de acordo com as recomendações do fabricante e passa-se à limpeza dos cilindros.
Obs.: Maiores detalhes sobre o exame do bloco, virabrequim, bronzinas e outras partes do motor e sua retificação, bem como a montagem de camisas e outros componentes, estarão na “Retificação de Motores” que virá em postagens futuras.
Montagem do pistão no cilindro
O primeiro passo a ser dado é proceder uma cuidadosa limpeza dos cilindros, para retirar quaisquer impurezas presentes, principalmente resíduos de usinagem da crista ou abrasivos deixados durante o brunimento.
A limpeza dos cilindros
A execução de uma limpeza cuidadosa dos cilindros, antes de instalarem-se os pistões com anéis, é extremamente importante porque, se os mesmos não forem limpos, uma quantidade considerável de abrasivos permanecerá no motor. Esse material abrasivo desgastará rapidamente os anéis, as paredes dos cilindros e as superfícies de contato de todas as peças móveis e lubrificadas e o serviço deverá ser refeito em pouco tempo.
Assim sendo, limpe os cilindros meticulosamente, removendo o mais que for possível de depósitos abrasivos das paredes do cilindro.
Limpe, depois, cada cilindro com um pano embebido em óleo de motor e esfregue cuidadosamente com um pano limpo.
Limpe cuidadosamente os cilindros após o brunimento a fim de evitar um vida curta do motor.
Pepita essa operação três vezes (e até mais se for necessário), pois só uma não é suficiente. Continue limpando até que um pano branco e limpo não mostre mais sinais de impurezas quando passado no cilindro.
Nunca use gasolina, querosene ou detergente comerciais para limpar os cilindros após um brunimento. Os solventes dessa natureza não removem os abrasivos das paredes dos cilindros. Se os abrasivos não forem adequadamente retirados dos cilindros, ocorrerá um desgaste rápido do motor e dos anéis.
Montagem do cilindro
Uma vez feita a limpeza dos cilindros, temos agora condições de instalar os pistões no motor.
Por isso, é necessário o uso de uma ferramenta compressora de anéis para permitir a introdução do pistão no cilindro.
Uso da ferramenta compressora de anéis.
Sem essa ferramenta, o serviço, alem de tornar-se mais difícil, também poderá ficar de má qualidade, pois, quando se introduz o pistão no cilindro com os anéis não comprimidos, estes poderão chocar-se com as bordas do cilindro e ficar com rebarbas que irão riscar suas paredes.
Assim sendo, aplica-se essa ferramenta aos pistões (que já deverão estar com as respectivas bielas instaladas, na maioria dos casos) e introduzem-se os mesmos nos cilindros passando-se em seguida à colocação das bronzinas e capas de bielas.
Durante esta operação, que normalmente é feita com o virabrequim previamente instalado no motor, deve-se ter o cuidado de montar as bronzinas exatamente no mesmo lugar onde estavam antes de serem desmontadas (no caso de estarem sendo reaproveitadas) pois já se assentaram ou se amoldaram perfeitamente ao respectivo colo no virabrequim. Caso não seja tomado esse cuidado e as bronzinas forem misturadas poderão ocorrer problemas de folgas ou interferências excessivas entre as bronzinas e seus colos, sendo isto válido também para as bronzinas dos mancais fixos.
Outro cuidado a ser tomado, independente de serem bronzinas novas ou usadas, é o de seguirem-se sempre as recomendações do fabricante do motor com relação às folgas radiais e axiais e o aperto dado aos parafusos dos mancais fixos e das capas de bielas.
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